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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Paixão, Amor e Tempo

maos-dadas

Um piscar de olho

Um beijinho no rosto

Um aperto de mão

 

Só isso minha paixão?

 Encontro marcado

Passeio de rosto colado

Um abraço

Um beijo roubado

Só isso minha paixão?

Dedos entrecruzados

Um abraço bem demorado

Um beijo de olhos fechados

E um pouco de amasso

Só isso minha paixão?

Uma mordidinha na orelha

Um escorregar de mãos

Um calor desenfreado

Dois corações acelerados

 

Só isso minha paixão?

Alguns presentes

Algumas declarações

Um tanto de ciúme

Ligações perdidas

Brigas

Desencontros

Saudades

Reconciliação

Amor, isso ainda é paixão?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Poesia embalada em Papel-de-bala

24a

Escrevo sobre amor em papel-de-bala

Minha poesia é pobre não merece papel vergê

Mas o seu amor se foi?

Não, o amor ficou

Ficou incomodando

Pedindo uma poesia

Suplicando uma declaração

Matando-me de inspiração

Como depois de alguns outonos, sempre sobra um papel-de-bala

Escrevi desalinhadamente

Delicadamente formei versos

O papel é fino, não há rima

O espaço é curto, apelei para a métrica

Um espaço no final,

Fiz uma silenciosa dedicatória:

Ao amor que fez-me livre e poeta.

Não assinei

Meu amor sabe reconhecer meus versos

Sei que não espera encontrá-los retorcidos, um tanto amassados

Mas esse amor que falo

Ficará feliz ao entender:

Só o amor vivido intensamente pela alma cabe em um simples papel-de-bala.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Frase

Percebi que acordar exige mais que um simples abrir de olhos,requer coragem para enrijecer os punhos e lutar contra a realidade moldada nos medos que perseguem os meus sonhos.

sábado, 16 de abril de 2011

No interior

O povo acorda cedo

Engole café preto com pedaço de pão seco sem recheio

Pedem a benção aos santos que posam nos quadros

Uns conversam sobre o tempo: Cadê as chuvas de janeiro?

Varrem o terreiro

Outros vão a cidade

Chapéu, saias bem passadas, camisa cambraia,  perfume bem guardado, daqueles só usados  nos batizados e nos dias de aniversário

Caminhonete, carroça, bicicleta e jumento bem celado, no interior é melhor que metrô e ônibus lotado

 

O trânsito na cidade segue sem congestionar, o bode e cahorro nem olham para os lados na hora de atravessar

A prefeitura abre as portas

O som da igreja começa a anunciar, de falecimento até nome do povo que vai casar

O povo passa na budega, se pesa na farmácia

Na volta se pesa na farmácia e passa na budega

Vida corrida essa

Interior -  Mafra - (Foto - J.C. Grein Xavier)

Se chegar cedo dá tempo ir no posto para se consultar,

Aqui menino tem doença que nem o melhor doutor  consegue tratar

Farnizim, quebranto, dor nos quartos

Agora vento caído tem que mandar rezar

Notícia boa aqui não sai na globo, vem da boca do povo

As últimas traições, quem foi preso e quem foi solto: tu num soube?

A língua que corta e a fofoca repassada é mais rápido que pesquisa no google

No interior

Táxi é carro fretado

Alternativo é carro de linha

Sobrado é primeiro-andar

Mansão é casa com portão na frente

Lazer é sentar na calçada

lotérica é banco

Esquina é sala de bate-papo

Ah! No interior tudo é na santa paz

Quase nada acontece

Quase todo dia é igual

A não ser o vento que às vezes muda de direção.

 

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tempos de Criança


Quero ser de novo criança
Quero correr e pular sem rumo
Segurar na mão do meu pai para não me perder no mundo
Quero falar besteiras e leseiras
Seguir inocente
Perder o primeiro dente

Fazer novamente a primeira comunhão
Dar beliscão e cutucão
Quero minha mesada de antes,
Dez centavos e um chiclete
Quero minha OPANCA e um pé pequeno
Segurar meu carro apenas com uma mão


Quero errar o contorno das letras
Falar pra tia: Presente!
Começar o ano pensando no caderno novo
Quero matar a fome no recreio
Desenhar um tigre ainda que com cara de coelho
Cortar o cabelo mesmo sem me ver no espelho
Até aceito ralhar de novo o joelho

Cair e levantar
Chorar e chorar e depois pedir para Jesus sarar
E assim reaprender a rezar
Andar de bicicleta achando que posso voar
Quebrar algo e minha mãe achar que foi culpa do gato
Falar meio alto
Tirar o sapato e andar descalço



Eu criança
Esqueço as responsabilidades
Caminho sem pressa
Sem perder a esperança
Refaço os planos seguindo com o mesmo coração.

Observando o Tempo

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