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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Gosto doce de vida

Caramelo bala doce

Meu gosto de infância

Na boca o doce tinha gosto felicidade

Acelerava o coração estendendo a mão pra comprarimage

Dona Francinete saudosa a perguntar:

- Queres quantos meu filho? Quantos vai levar?

Do outro lado das bombonieres eu gesticulava vergonhoso sem falar

Numa mão dois caramelos e um sorriso generoso

Na outra, timidamente estendia o dinheiro pra pagar

Momentaneamente entristecia o coração,

Lá se vão minhas moedas!

Recomeçar uma esperança,

                                        (renovar minhas esperanças tantas vezes).

Caramelo bala doce

Sem moedas, sem caramelos

Dinheiro mirrado, infantil

Centenas de vezes contado

Perdia por vezes o gosto doce

Esquecendo moedas a tintilar escorrendo distraidamente pelo furo do bolso

Lá ficavam perdidas,

Talvez um caramelo a menos, e um sonho a mais

                                                                                                (meus sonhos infinitamente doces).

Caramelo bala doce

A inocência me permitia

Comprar um caramelo e me sentir o senhor do dia

De toda essa felicidade, conservei o bom coração de guri

Sou menos inocente, mas igualmente aquele menino

Um sonhador, que devido o medo do amargo da vida

Lembra todos os dias o gosto doce do caramelo que outrora na infância sentia .

 

sábado, 13 de outubro de 2012

Aquele caminhar

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Aperto o passo

À distância me aperta

O tempo recua frente a minha audácia

Recupero o fôlego, recupero as lembranças

Recupero os motivos que me levam a caminhar

Sob o sol

Sob a lua

Repulsando os medos, abraçando os anseios

Minha tristeza e meu cansaço relutam e instigam o desencorajar

Mas a coragem não cessa

Não cessa a pressa

Não cessa o pensar

Penso na verdade que enche o vazio da descrença

E digo:

Descrença deixe espaço. Minha fé não tarda a chegar!

Não dou meus passos aos medos

Dou passos aos sonhos

Aqueles sonhos que me assustam o olhar

Não pela impossibilidade de realizá-los, mas pela tamanha felicidade que guardam

Seguimos

Eu e o caminhar

Aquele caminhar

Deixando rastros de liberdade

Brincando de versejar.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Silêncio Não-verbal

silencio

Não sei lidar com abstração, sou criteriosamente criador de conflitos reflexivos, diariamente compostos de significado vazio e impróprio.

Sou mais que tudo observador da sempre onipresente inconstância da vida, fonte infinita de contradições e desesperanças.

Soluções e recompensas esquecidas no final da maior de todas as estradas, a da vida, que mesmo percorrida a passos largos, não é vencida, precisa-se de mais, mais do que largos passos, precisa-se de fé.

Vida insana, de mortes e ressurreições diárias, sou vivo de corpo ou de espírito?

Talvez seja eu vivo dos dois, pois sinto tanto no corpo quanto no espírito as derrotas e as vitórias que me impões.

A Verdade (Carlos Drummond de Andrade)

 
A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,verdade
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.

Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia.

 

sábado, 7 de abril de 2012

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arvore 

Uma vez me pediram amor

Entreguei minha alma

                           Pediram-me paz

                           Doe-lhes toda a minha tolerância

Precisaram de amigos

Fiz-me presente em todos os bons e maus momentos

                          Sentiram necessidade de esperança

                          Compartilhei meus sonhos

Quiseram coragem

Ofertei minha fé

                            Tiveram urgência

                            Queriam ser mais humanos

                                                                               Neguei.

Não posso dar-lhes meu coração

Esse que chora fácil

Órgão tolo

É por causa dele que entrego tudo que tenho de mais precioso.

Observando o Tempo

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