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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Olhos humildes

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É gente humilde que me encanta os olhos

Da humildade dos que casam no escuro da noite no sertão e ainda posam na foto

Dos que balançam a vida sentados na calçada de casa

Os que velam a morte na sala de estar, rezando, servindo café e pelejando a dor da perda

Os que fogem e viajam sem pressa olhando a novela na televisão

Ou mesmo os que não viajam, mas vivem a realidade sem pressa.

Quem ensina aos filhos o valor do lápis: escreva leve que a ponta não quebra.

O plástico que recobre o caderno, a mochila com remendo, o arrame na sandália

Esses que não roubam, mas confessam seus erros.

Os que emolduram a honestidade na testa

Desses que desviam da pobreza com dignidade

Os que abrandam a fome com caldo fino do feijão preto

Os humildes que guardam as sobras

E quando não sobra, engolem o orgulho para matar a fome.

 

Observando o Tempo

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