Caramelo bala doce
Meu gosto de infância
Na boca o doce tinha gosto felicidade
Acelerava o coração estendendo a mão pra comprar
Dona Francinete saudosa a perguntar:
- Queres quantos meu filho? Quantos vai levar?
Do outro lado das bombonieres eu gesticulava vergonhoso sem falar
Numa mão dois caramelos e um sorriso generoso
Na outra, timidamente estendia o dinheiro pra pagar
Momentaneamente entristecia o coração,
Lá se vão minhas moedas!
Recomeçar uma esperança,
(renovar minhas esperanças tantas vezes).
Caramelo bala doce
Sem moedas, sem caramelos
Dinheiro mirrado, infantil
Centenas de vezes contado
Perdia por vezes o gosto doce
Esquecendo moedas a tintilar escorrendo distraidamente pelo furo do bolso
Lá ficavam perdidas,
Talvez um caramelo a menos, e um sonho a mais
(meus sonhos infinitamente doces).
Caramelo bala doce
A inocência me permitia
Comprar um caramelo e me sentir o senhor do dia
De toda essa felicidade, conservei o bom coração de guri
Sou menos inocente, mas igualmente aquele menino
Um sonhador, que devido o medo do amargo da vida
Lembra todos os dias o gosto doce do caramelo que outrora na infância sentia .
3 ALGO A DIZER?:
Para mim está provado que quando você escreve, a alma é quem fala por você e só por esse motivo a minha foi quem leu este texto, cada pedacinho, e ao final ela se voltou para mim e falou: Nós éramos inocentes e felizes, não éramos?
Obrigada por esta doce lembrança. Falta a salgada, aquela... gravatá!
Eu fico impressionado como vc descreve seus sentimentos com a simplicidade do cotidiano. Não me canso de dizer isso.
Lindo poema!
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