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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Gosto doce de vida

Caramelo bala doce

Meu gosto de infância

Na boca o doce tinha gosto felicidade

Acelerava o coração estendendo a mão pra comprarimage

Dona Francinete saudosa a perguntar:

- Queres quantos meu filho? Quantos vai levar?

Do outro lado das bombonieres eu gesticulava vergonhoso sem falar

Numa mão dois caramelos e um sorriso generoso

Na outra, timidamente estendia o dinheiro pra pagar

Momentaneamente entristecia o coração,

Lá se vão minhas moedas!

Recomeçar uma esperança,

                                        (renovar minhas esperanças tantas vezes).

Caramelo bala doce

Sem moedas, sem caramelos

Dinheiro mirrado, infantil

Centenas de vezes contado

Perdia por vezes o gosto doce

Esquecendo moedas a tintilar escorrendo distraidamente pelo furo do bolso

Lá ficavam perdidas,

Talvez um caramelo a menos, e um sonho a mais

                                                                                                (meus sonhos infinitamente doces).

Caramelo bala doce

A inocência me permitia

Comprar um caramelo e me sentir o senhor do dia

De toda essa felicidade, conservei o bom coração de guri

Sou menos inocente, mas igualmente aquele menino

Um sonhador, que devido o medo do amargo da vida

Lembra todos os dias o gosto doce do caramelo que outrora na infância sentia .

 

3 ALGO A DIZER?:

Geórgia Rodrigues disse...

Para mim está provado que quando você escreve, a alma é quem fala por você e só por esse motivo a minha foi quem leu este texto, cada pedacinho, e ao final ela se voltou para mim e falou: Nós éramos inocentes e felizes, não éramos?
Obrigada por esta doce lembrança. Falta a salgada, aquela... gravatá!

Geórgia Rodrigues disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Eu fico impressionado como vc descreve seus sentimentos com a simplicidade do cotidiano. Não me canso de dizer isso.
Lindo poema!

Observando o Tempo

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