Eu que não peço nada em troca
Me submeto a esse amar desencontrado
Típico e sorrateiro amor de esquina
Me visto de malandro e sigo
Apertando na mão dentro do bolso uma sobra de desapego
Vou incorporando a boemia e a carência para cortejar corações, vazios
Na lábia digo que presto favores e afetos
Sempre tem alguém desavisado querendo festejar
Basta debruçar sobre os lábios um fingir de beijos
Gasto toda madrugada por uma ilusão besta
Continuo precisando de o amor desencontrar
Pra perceber que não há pureza nisso
Nem tão pouco defeito
Isso nem é amar
O malandro não ama
Ele tira proveito
Eu observo, aproveito e escrevo.
1 ALGO A DIZER?:
Todos somos meio malandro, não? Eu também, sempre que posso, tiro proveito e escrevo. Noutras vezes, apenas beijo.
Hahahaha
Lindo poema! Nunca um malandro foi descrito de maneira tão fina.
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