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domingo, 15 de novembro de 2009

TUDO NATURAL


Ao passo da evolução tudo muda, avança, desenvolve-se, acompanha os novos rumos traçados pelas incertezas e fragilidades do tecnológico mundo que vivemos. O homem, por si, assume uma postura artificial, que encapada por uma insensibilidade social torna comum atitudes que só mesmo um filme de ficção cientifica retrataria tão bem.

Tudo mudou e agora até mesmo os parabéns são menos compromissados, hoje basta um recado no Orkut, daqueles tipos de muito mau gosto, enviados simplesmente para demonstrar a falsa alegria que um “amigo” sente por aquele dia que lhe é tão especial. Esqueceram o que é bom, privilegiam a praticidade e desprezam a sinceridade da amizade, não seria melhor um abraço aconchegante e um honesto e vivo meus parabéns, é estranho aceitar impessoalidade sempre como desculpa e o desencontro como prova irrefutável do seu uso.

Acho que todos estão mais mecânicos, sempre com frases feitas e decoradas, é o que chamam de linguagem formal ou automática, e não limito isso ao clássico exemplo da “linguagem telemarketiana”, me refiro às formalidades até mesmo das conversas entre os amigos, estas agora se limitam a um “tudo bem com você? como vão as coisas?” Respondido com um seco “aqui está tudo bem e você como está?” e só, as longas conversas recheadas de boas histórias já não são mais possíveis, existe sim uma repetição automática dessas frases curtas, mas que no fundo ainda demonstram-se saudosas por uma pergunta que exija mais da resposta e assim relembre mesmo que rapidamente os diálogos de antes.

Para muitos da sociedade atual as pernas ou uma simples bicicleta nunca será um bom meio de transporte, aliás, nunca será sequer um meio de transporte. Pensamos sempre que um carro ou qualquer outro meio que contenha um motor e tenha uma boa marca visível seja o melhor para a locomoção, talvez pelo fato de que assim evitamos o contato com aquelas pessoas que insistem em viver no mesmo mundo que você, aquela história de quebrar fronteiras fica do lado de fora quando você fecha o vidro do seu carro e ativa o alarme da cerca elétrica da sua casa, a comodidade escraviza, mas a privacidade mata por isolamento.

Mas tudo é tão natural para as pessoas, o livro mais lido pelo homem moderno, é o best-seller Manual de Instruções, nos orgulhamos por já ter mais de cem contatos no site de relacionamento dos quais a grande maioria nunca nos cumprimentam ao nos encontrar, nossa comida é rápida de fazer e o gosto já não é tão parecido ao de ração para gatos, as roupas não precisam mais ser passadas, pois não amassam, é o tal o poliéster, mas ainda continuam precisando ser lavadas, trocamos MP19 por o MP20 sem notar uma diferença evidente, a TV está tão fina quanto a vizinha anoréxica só com melhor qualidade de imagem.

Espero que alguém como eu ainda prefira retardar o máximo possível esse automatismo humano que tenta nos dominar, alguém que ainda procure seus amigos para contar seus problemas, prefira uma boa comida caseira, detesta o gerúndio, conversa de forma simples, gosta de dirigir, porém sabe que isso estressa, não tem cerca elétrica, apenas um cachorro que dorme no quintal e adora caminhar nos finais de semana, enfim, que pessoas que selecionam a melhor forma de evolução sem deixar que essa evolução destrua a essência do relacionamento humano, a naturalidade em sua essência e não a destorcida por hábitos robóticos.


domingo, 25 de outubro de 2009

Por que o coração?



Já não basta ser um dos mais importantes órgãos do corpo, o coração sempre leva a culpa ou é sobrecarregado com outras tarefas que a fisiologia não explica.

É incrível como coração foge do conceito fisiológico e pede licença poética para acomodar situações, atos, sentimentos que nenhum outro órgão desempenharia tão bem.
Bombear e circular sangue pelo corpo por si só virou função secundária, o coração virou referência para inúmeras coisas, o amor, amigos, paixão, maldade, bondade, premunição, entre outras coisas.

Por exemplo, atualmente guardar os melhores amigos do lado esquerdo do peito, implicitamente expõe uma função do coração. Função difícil já que exige um esquema de segurança preciso, afinal bons amigos, são valiosos e uma boa memória também, isso só para lembrar aqueles realmente “melhores” e nunca esquecê-los, mas mesmo sem ser sua especialidade o faz divinamente.

Não sei como e nem quando decidiram que apaixonar-se é outra função relacionada ao coração, lembra daquela expressão “coração apaixonado”. Pois é, como se não bastasse os amigos, os amores também são destinados para lá. Interessante e ao mesmo tempo injusto, pois não é coração que vê o ser amado, não ouve sua voz doce, nem sente seu cheiro suave de paz. Você se apega e depois coloca a culpa na referência que todo mundo usa como deposito de culpa por ter se apaixonado, e ainda diz quando não deu certo: “meu coração está em pedaços”.

O coração para muitos tem a função de indicar o grau de bondade e de maldade de uma pessoa. Aquela expressão “coração de pedra” ou até mesmo “pessoa sem coração”, automaticamente te remete a um ser frio, insensível, amargo. Por outro lado existem os “corações de manteiga” ou “gente de coração grande” ou “coração de mãe”, pessoas amáveis, generosas e compreensíveis. Mas nesse ponto questiono-me: simbolizar e resumir as más ou as boas atitudes de uma pessoa tomando seu coração como ponto de observação, seria apenas um meio tácito e intangível de percepção ou uma forma simples e confiável de análise da personalidade humana?

O coração às vezes ainda atua como vidente, pressente coisas e fatos que ainda não ocorreram isso fica evidente quando algo acontece sempre se escuta: “meu coração palpitou que isso iria acontecer” ou até mesmo quando algo de ruim está para acontecer o coração fica “apertado”. Como se explica isso? Acho que não se explica, talvez seja apenas mais um acúmulo de função, uma habilidade desenvolvida pela necessidade sensorial da alma.

Pode dizer que coração é bobo, se apaixona a toa, bate feliz quando te vê, serve de guia, tem metade certa, pode ser entregue, roubado, é o lugar onde você guarda o que tem de bom e de mau. Mas já dizia Renato: “Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”

domingo, 18 de outubro de 2009

Com o passar do tempo....



E tudo mudou...

O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss

O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse

Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...

Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street

O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças

Luis Fernando Veríssimo

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O Novo


O novo é mesmo assim jovem, moderno, surpreendente e desafiador.
Não vem só no fim de cada ano, vêm todas as manhãs.
É igual à TV nova só que sem o manual de instruções.
É aquele barulho de tssss quando você abre aquele refrigerante, você veste, liga e desliga, exige um slogan, uma boa propaganda e que sempre permite o recomeço.

Ainda está na caixa, não amadureceu, não chegou aos quinze, não tem nada escrito e não emperra pra fechar.
O que é novo tem etiqueta, não está amassado, riscado ou sujo.
Ao contrário é do tipo branco brilhante, cheiro de bebê, bem dobrado, embrulhado e ainda está no plástico.
Tudo que você ainda não provou, leu ou ouviu é novo.

Aquilo que estréia com lançamento, desperta o desejo de ter, sinônimo de avanço, futuro.
Anda mais rápido, design arrojado, tem qualidade superior, boa resolução, é caro, é do ano, inovador.
Desperta o zelo, cuidado, atenção pra sempre continuar novo.

Felizmente tudo um dia fica ultrapassado, antigo, velho, só assim o que é novo aparece e percebemos o quanto ainda podemos melhorar e evoluir
.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Meu amigo


Amizade é assim mesmo, tenho que me conformar, você conhece, gosta, compartilha, se afasta, sente saudades, mas romper laços de fato não dá, amigo dos bons é uma pedra no sapato.

Os amigos de verdade são todos cheios de problemas esperando só por você pra poder contar, de boas risadas aguardando só você pra sair e até lágrimas você tem que enxugar. Só eles sabem guardar segredos, nunca esquecem data do seu aniversário, talvez por isso só eles façam festa nesse dia, riem quando você conta uma piada sem graça, perdoam quando você perde algo que os pertencia e até dívida perdoam, com eles aquele dito amigo amigo, negócios a parte não existe, mas claro há exceções.

Não me peça pra descrever com tanta precisão como eles agem, você sabe, amigo bom mesmo é tudo igual, ora chatos ora normais. E assim vamos estabelecendo e concretizando o contato, confundindo a vida de um com a vida do outro, várias histórias em comum.

Se pensar numa vida sem ter um amigo que seja, é só me dizer que faço um esforço pra puxar conversa e ir logo revertendo esse quadro. Mesmo com poucos amigos é possível fazer uma grande amizade, porém não reclame se não tiver um melhor amigo pra lembrar quando estiver lendo isso, fez sua parte? Foi o melhor amigo pra alguém alguma vez, ou só esperou favores sem retribuir?

Agora quando encontrar um amigo, eu disse amigo mesmo, agüente-os para o resto da vida, porque mesmo que você mude de endereço, nº do telefone, e-mail, eles dão um jeito pra te encontrar e perguntar como vai sua vida, as novidades, chamar para o aniversário deles ou qualquer outra comemoração que reúna toda aquela turma boa, tudo isso é culpa sua, tinha que estudar na mesma escola que eles? E ainda mais na mesma sala?Prestar vestibular para o mesmo curso? Morar na mesma rua? Mas pensando bem foi melhor assim.

E assim você vive, reencontrando e se surpreendendo como a amizade é contrária ao tempo, algumas coisas quando envelhecem perdem o valor, você logo pensa em jogar fora, e amizade não, quanto mais velha, antiga, melhor ela fica.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Analfabeto eu?



De uns tempos para cá, percebi que o conceito da palavra analfabeto é bem mais abrangente do que se pensava.

Ao conseguir decifrar esse código e compreender a mensagem aqui presente, por um dos empregos da palavra você não é um analfabeto, não faz parte dos mais de 15 milhões das estatísticas do Ministério da Educação, mas o mundo não se limita somente a decodificação de símbolos.

Analisando o termo por ângulos diferentes, você necessariamente é analfabeto, ou seja, sempre há algo que você ainda não sabe. Talvez você se identifique com esses quatro tipos de analfabetismo classificados no ranking dos que mais sofrem preconceitos e mais difíceis de erradicação.

O Analfabeto tecnológico caracteriza-se por sua incompatibilidade de manipular as tecnologias presentes no seu dia-a-dia. Por exemplo:
• Celular possui um conceito breve, aparelho pequeno que quando levado ao ouvido permite escutar a voz de uma pessoa.
• Computador é apenas uma televisão difícil de ligar e que guarda meu Orkut.
• MP3 já tive um, mas tinha tal de USB que nunca achei.

O Analfabeto gastronômico típico sujeito que possui desastrosas aventuras na cozinha. O fogão nunca compreende o que é pra fazer, a cozinha é o local da casa com maior força gravitacional e tudo tem a tendência de ir repentinamente ao encontro do chão, o fogo é realmente perigoso quando fica fora de controle e a comida não é ruim, só é feita para paladares extremamente, eu disse, extremamente apurados.

O Analfabeto esportivo é minoria, porém sua incapacidade de entender os esportes é grande. A maioria composta por mulheres, sem preconceitos, são dados estatísticos, os indivíduos desse grupo nunca compreende porque um bando de idiotas corre atrás de uma bola, porque quase todo esporte tem um bola, porque não posso torcer pra seleção ganhar o campeonato brasileiro. Pra essas pessoas Diego Hipólito é um grande jogador de basquete, Zico se consagrou no Itumbiara e Fernando Scherer é ex-paquito.

O Analfabeto automobilístico, o mais nocivo dos analfabetos. Sua inabilidade de conduzir veículos de transporte os torna potencialmente perigosos pela possibilidade de causarem graves acidentes. Sempre ficam na expectativa de ouvir a expressão “o carro está pedindo marcha!”, e sempre têm muitas dúvidas, porque o espelho do retrovisor é tão pequeno? O motor é na frente ou atrás? Onde fica o freio mesmo? A direção causa medo, parece que todos os gatos, cachorros e criancinhas correndo atrás de uma bola resolvem atravessar na frente do carro toda vez que ele dirige.

Mesmo que você se encaixe em algum desses tipos, isso necessariamente não significa que seu valor diminui por não compartilhar os mesmo conhecimentos que outras pessoas possuem, afinal ninguém sabe tudo.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Não eu não bebo!


Desculpa excelente quando te oferecem alguma bebida. Você educadamente responde: eu não bebo, mas eles insistem: prova, você retruca: não eu não curto!
Mas se a insistência permanecer aqui tem umas desculpas mais elaboradas:

•Não quero parar no hospital todo inchado, sem conseguir nem andar, quase sem roupa, levado por uma pessoa que nunca vi na vida, só para tomar glicose na veia porque a cerveja estava tão gelada que não resisti.

•Não quero cair no chão do bar esperneando, com a minha súbita felicidade, ou meia-hora depois estar aos prantos compulsivos contando minhas mágoas para as pessoas, isso antes de minha vocação de cantor ser aflorada repentinamente, depois da quinta dose, você passa de homem a um palhaço bêbado.

•Não eu não quero dançar só de cueca em cima da mesa igual a um Michael Jackson desengonçado, estado esse conquistado pela doce ilusão de estar mais sexy do que de costume, após beber você pensa: que mal tem fazer estriptease.

•Não eu não quero enriquecer, ficar o rico poderoso, achar que com a grana que tenho na carteira posso tomar todo o estoque de uísque, nem tão pouco me achar o mais forte e valente, pensar que só comum braço acabo com o engraçado que se meter comigo, até porque meu pai não é advogado tão pouco da polícia.

•Não me desculpa sou exigente quando o assunto é mulher, não quero pegar a mulher mais feia que estiver na minha frente só porque minha vista está confusa, pensar ainda que encontrei a mulher da minha vida e propor logo um casamento, bêbado não sabe usar camisinha.

•Não dá, estou de carro, beber implica sair discordando das pesquisas que dizem que o álcool faz perder habilidade motora, só pra sair dirigindo e matar uns três ou quatro mendigos nas calças antes de destruir o poste com a frente do meu carro, não dá trabalhei bastante para comprar meu carro e o seguro está atrasado.

•Não posso, detesto ressaca, principalmente aquelas seguida de longas dores de cabeça, sem falar do gosto ruim na boca depois das vomitadas no sanitário, detesto levantar quando estou dormindo para beber água, e ressaca dá uma sede, sem falar nas idas ao banheiro, morreria de desidratação.

Agradeço aos amigos pela inspiração, admiro-os, mas não invejo os que gostam de degustar excessivamente o álcool na sua forma comercializada em garrafas de vidro ou alumínio. Afinal a fila para um transplante de fígado não está tão longa assim, são apenas 8 mil concorrentes, e por mais que eu seja doador de órgãos, fígado eu só tenho um, então não se confiem.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Toda experiência


Viva os desafios da vida, como já dizem as frases de caminhão, só existem as vitórias porque existem os desafios. Mas que coisinha complicada é ganhar, ou melhor, acumular experiências.

Não basta existir, a droga de vida ainda te obriga a interagir, vai lá conversa mais, pergunta mais, escuta mais, e você nem pode selecionar o quer ou não saber.
Tem tanta coisa que queria ter evitado, não ter dito, escutado ou visto, mas faz parte, inocência perdida ao longo da vida só serve realmente para despertar a busca pelo novo, em outras palavras passamos de simples tolos, a pessoas independentes com boas histórias para contar.

O mundo te faz e não o contrário, desde as mancadas, as viagens, as festas, os amores, os amigos e tantas outras coisas de um pouco você absorve algo e soma a sua vivência.
Se você nunca tivesse dito: “e ai Seu Antônio beleza?” sem se dar conta que estava falando com o pai da sua namorada, um senhor de 62 anos, nunca saberia que ele se contenta com um tudo bem.

Ser experiente necessariamente não significa ter vivido bastante, a experiência é medida de acordo com intensidade com que se vive, por isso é importante entender que isso é variável, não posso comparar a minha vivência com a de um traficante, piloto de avião ou a de um diplomata, assim sendo não sei roubar, matar ou algo do tipo, com certeza nunca conseguiria pousar um avião intacto ou evitar uma guerra só com palavras. Mas minhas experiências me ajudam a evitar e desviar de pessoas falsas, a saber, dar meia embreagem nas subidas ou a apaziguar conflitos entre os meus amigos só com um clássico “deixa disso”.

Enfim ser experiente não é apenas: saber como fechar aquela porta sem que ela faça barulho, devolver o livro na biblioteca mesmo com prazo já vencido sem pagar multa, saber fazer arroz refogado, zerar o jogo paciência, dormir de rede sem amanhecer com o corpo dolorido, evitar engasgar com espinha quando se está comendo peixe, o que fazer para o almoço quando só se tem batata e macarrão, ouvir leoni quando se está triste ou pensativo, saber que ovo é vendido por unidade se você não quiser comprar um caixa com doze.

Experiência é mais do que lidar com situações e saber experimentar situações.

sábado, 11 de julho de 2009

O Lado bom da vida

http://www.youtube.com/watch?v=lzdr7yXHykk


Agora estou de pés descalços.

Já não uso mais tão intensamente meus sentidos.

A pressa que me perseguia perdeu o fôlego.

Sou todo novamente vivo.

Faço do nada meu alívio e meu objetivo.

Não espero mais pelo amanhã como antes, o presente agora já me basta.

Larguei ali num canto aquele cansaço ainda jovem, mas fiel companheiro do dia.

Que venham os amigos, as boas e longas conversas, as madrugadas na frente da TV, os beijos da namorada, a boa comida feita em casa, o sono guardado quero que esse seja gasto.

Porque os problemas guardei no bolso de alguma roupa que não visto mais.

Estou enfim com a mente fria, vazia, de férias, gastando a preguiça que quase já não tinha.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Assim

Teu amor,
deve ser o melhor e mais doce de todos,
não é amor chato,
sério,
comum,
é aquele meio sem jeito,
novo,
simples.
Quem disser que há limites, não te conhece amor
o finito não te pertence, nem te vê
Segure minha mão, amor
você já sabe qual música ouvir,
os segredos a guardar,
as palavras pra dizer,
quando calar para ouvir
os presentes para se dar,
as datas para lembrar,
o melhor e pior de mim.

Então fique,
eternize-se,
perpetue-se,
esqueça o tempo...
segure minha mão!

Observando o Tempo

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